Cacos de porcelana
O eco desse quarto
Vaga por entre minha mente
Os demônios ficam a espreita
Por de trás dessas paredes
Por de trás dessas paredes
Nada mais muda
E essa escuridão rouca
A cada segundo me afunda
Dentro da minha própria cabeça
O eco desse quarto
Está repleto de súplicas mudas
Que dizem diariamente "não desvaneça"
Essa casa guarda meus maiores medos
E meus maiores sonhos
Estou presa a esse porcelanato
Encrustado de segredos...
Segredos tão bisonhos
Tenho medo de pisar
Correndo para longe
Em passos tão curtos
E no caminho me quebrar
Me despedaçar
Tenho medo de somente restar
Pedaços do que fui outrora
Agora no chão
Miúdos...
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Texto escrito dia 1° de Dezembro de 2020