Para tudo aquilo que eu não te disse, meu amor
No escuro tateio você
E todas as suas mil partes despedaçadas em meus braços
Tateio cada curva do teu ser
Tentando não colocar o dedo em alguma ferida
E eu vou em direção ao desconhecido
Me lanço de costas mesmo sem ver nada
Esperando que você me segure
E me perguntando se você deve mesmo me segurar
Se você quer me segurar
Se tornar vulnerável e frágil
Não é algo que eu domine
Explanar todas as imperfeições e as inseguranças
De forma que não venha acompanhada de culpa...
Me pergunto se sou capaz de arcar com tudo isso
E se eu consigo ser a minha melhor versão
Amar é manusear uma faca de dois gumes e tentar não machucar ninguém
Amar é tentar oferecer conforto mesmo estando por entre espinhos
Amar é carregar uma arma e apontar para a sua própria cabeça
Esperando que a outra pessoa não aperte o gatilho
Poesia escrita dia 29/05/2021
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